Nesta
postagem iremos abordar etapa por etapa da metodologia MASP. Vale lembrar que
apresentamos aqui apenas a metodologia HITOSHI KUME ou QC STORY, apresentada
por Campos (1992).
Você
irá encontrar outras como as de Rossato (1996), Sugiura e Yamada (1995), e
todas valem a leitura, veremos apenas a de Campos (1992) por se tratar da
metodologia mais difundida aqui no Brasil, como podemos ver inclusive abaixo, no
resumo histórico montado pelo Mestre em Administração, Consultor e Instrutor de
MASP, Claudemir Oribe.
Resumo
do Método:
Etapa 1 - IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
Objetivo: “Definir claramente o problema
e reconhecer sua importância.”
Tarefas:
•
Escolher o problema. É a tarefa mais importante, pois 50% do problema se
resolvem com a correta identificação do mesmo;
•
Levantar o histórico do problema, identificando a freqüência e como o mesmo
ocorre;
•
Mostrar as perdas atuais e ganhos viáveis, utilizando-se um histograma, por
exemplo;
•
Fazer a análise de Pareto, priorizando temas e estabelecendo metas numéricas
viáveis. Nessa tarefa, devem-se buscar somente os resultados indesejáveis. A
causa faz parte da Etapa 3;
•
Nomear a pessoa responsável ou nomear o grupo responsável e o líder, propondo uma
data limite para ter o problema solucionado.
Etapa 2 – OBSERVAÇÃO
Objetivo: “Investigar as características específicas do problema com uma visão
ampla e sob vários pontos de vista.”
Tarefas:
•
Descobrir as características através da coleta de dados. O problema deve ser
observado sob vários pontos de vista: Tempo, local, tipo, sintoma e indivíduo;
•
Coletar opiniões e utilizar o gráfico de pareto com as perguntas do
"5W1H" (O que, quem, quando, onde, porque e como) para coletar os
dados;
•
Descobrir as características do problema através da observação no local;
•
Estimar um cronograma para referência, atualizado em cada processo;
•
Estimar um orçamento e definir uma meta a ser atingida.
Etapa 3 - ANÁLISE
Objetivo: “Descobrir as causas fundamentais.”
Tarefas:
• Definir as causas influentes, utilizando o
brainstorming para colher o maior número possível de causas a fim de construir
o diagrama de causa-efeito;
• Escolher as causas mais prováveis, baseada nas
informações colhidas na Etapa 2 (Observação);
• Fazer a verificação de hipóteses, confrontando
dados e opiniões utilizando Pareto para priorizar, o Histograma para avaliar a
dispersão e Gráficos para verificar a evolução;
• Fazer o teste de consistência da causa fundamental
e verificar a possibilidade de bloqueio. Se for impossível, pode ser que a
causa determinada ainda não seja a causa fundamental, mas um efeito dela;
• Em decorrência
da tarefa anterior, deve-se transformar a causa num novo problema e perguntar
outro porque voltando ao início do fluxo do processo.
Etapa 4 - PLANO DE AÇÃO
Objetivo: “Conceber um plano para bloquear as causas fundamentais.”
Tarefas:
• Elaborar a estratégia de ação, certificando-se de
que as ações serão tomadas sobre as causas fundamentais e não sobre seus
efeitos;
• Elaborar o Plano de Ação para o bloqueio e revisar
o cronograma e o orçamento final através do "5W1H";
• Determinar a meta a ser atingida e os itens de
controle e verificação dos diversos níveis envolvidos.
Etapa 5 - AÇÃO
Objetivo: “Bloquear as causas fundamentais.”
Tarefas:
• Divulgar
o plano a todos os envolvidos;
• Apresentar
claramente as tarefas e a razão delas;
• Certificar-se de que todos entenderam e
concordaram com as medidas propostas;
• Executar a ação, registrando todos os resultados
bons ou ruins e a data em que foram tomados.
Etapa 6 - VERIFICAÇÃO
Objetivo: “Verificar se o bloqueio foi efetivo.”
Tarefas:
• Comparar os resultados, utilizando os dados
coletados antes e após a ação de bloqueio para verificar a efetividade da ação
e o grau de redução dos resultados indesejáveis;
• Fazer uma listagem dos efeitos secundários;
• Verificar a continuidade ou não do problema. Se os
efeitos continuarem a ocorrer, significa que a solução apresentada foi falha;
• Verificar se o bloqueio foi efetivo. Se a solução
foi falha, retornar a Etapa 2 (Observação).
Etapa 7 - PADRONIZAÇÃO
Objetivo: “Prevenir contra o reaparecimento do problema.”
Tarefas:
• Estabelecer o novo procedimento operacional ou
rever o antigo pelo 5W1H;
• Incorporar sempre que possível um mecanismo
fool-proof ou à prova de bobeira;
• Fazer a comunicação de modo a evitar possíveis
confusões: estabelecer data de início da nova sistemática, quais as áreas que
serão afetadas para que a aplicação do padrão ocorra em todos os locais necessários
ao mesmo tempo e por todos os envolvidos;
• Efetuar a educação e o treinamento, certificando-se
de que todos os funcionários estão aptos a executar o procedimento operacional
padrão;
• Fazer um acompanhamento per iódico da utilização do
padrão.
Etapa 8 - CONCLUSÃO
Objetivo: “Recapitular todo o processo de solução do problema para trabalho
futuro.”
Tarefas:
• Relacionar os problemas remanescentes e também os
resultados acima do esperado (são indicadores importantes para aumentar a
eficácia nos futuros trabalhos);
• Reavaliar os itens pendentes, organizando-os para
uma futura aplicação do Método de Solução de Problemas;
• Analisar as etapas executadas do MASP nos seguintes
aspectos:
1. Cronograma - Houve atrasos significativos ou prazos folgados demais?
Quais os motivos?
2. Elaboração do diagrama causa-efeito - Foi superficial? (Isto dará uma
medida de maturidade da equipe envolvida. Quanto mais completo o diagrama, mais
habilidosa a equipe);
3. Houve participação dos membros? O grupo era o melhor para solucionar
aquele problema? As reuniões eram produtivas? O que melhorar?
4. As reuniões ocorreram sem problemas (faltas, brigas, imposições de
idéias)?
5. A distribuição de tarefas foi bem realizada?
6. O grupo ganhou conhecimentos?
7. O grupo melhorou a técnica de solução de problemas, usou todas as
técnicas?
• Refletir cuidadosamente sobre as próprias
atividades da solução de problemas.
Ref. Bibliográfica:
CAMPOS, VICENTE FALCONI. Controle da Qualidade Total (No Estilo
Japonês). Edição: várias. Belo Horizonte: DG Editors, 1990, 1992 e 1999.
Concluímos
aqui a terceira postagem sobre MASP, na próxima trataremos sobre as várias
ferramentas utilizadas neste processo, encerrando assim mais dos temas
escolhidos por você leitor.
Acesse,
acompanhe, compartilhe!
Obrigado pela divulgação do MASP no blog.
ResponderExcluirPara mais detalhes, recomendo a leitura de:
ORIBE, Claudemir Y. Muita gente usa, mas poucos conhecem a história do mais popular e consagrado método de solução de problemas de qualidade – o MASP. Revista Banas Qualidade. São Paulo: Editora EPSE, n. 231, agosto 2011.
ORIBE, Claudemir Y. O que fundamenta o MASP. Revista Banas Qualidade. São Paulo: Editora EPSE, n. 232/41, setembro 2011.
ORIBE, Claudemir Y. Por que usar o MASP na resolução de problemas. Revista Banas Qualidade. São Paulo: Editora EPSE, n. 233/42, outubro 2011.
ORIBE, Claudemir Y. Tipos de grupos de aplicação do MASP. Revista Banas Qualidade. São Paulo: Editora EPSE, n. 234/43, novembro 2011.
ORIBE, Claudemir Y. Condições Favoráveis e Desfavoráveis para Aplicação do MASP. Revista Banas Qualidade. São Paulo: Editora EPSE, n. 235/44, janeiro 2012.
ORIBE, Claudemir Y. O MASP e as Ferramentas da Qualidade. Revista Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, n. 237/45, fevereiro 2012.
ORIBE, Claudemir Y. Erros típicos na aplicação do MASP. Revista Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, n. 239/47, abril 2012.
ORIBE, Claudemir Y. Erros típicos na aplicação do MASP – Parte 3. Revista Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, n. 241/49, junho 2012.
ORIBE, Claudemir Y. Erros típicos na aplicação do MASP – Final. Revista Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, n. 242/50, julho 2012.
ORIBE, Claudemir Y. Por que o MASP é tão eficaz na solução de problemas. Revista Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, n. 243/51, agosto 2012.
ORIBE, Claudemir Y. Fazendo Inovação com o MASP. Revista Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, n. 244/52, setembro 2012.
ORIBE, Claudemir Y. Pessoas são motivadas para resolver problemas ou resolvem problemas e tornam-se motivadas? Revista Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, n. 245/53, outubro 2012.
ORIBE, Claudemir Y. O Desafio da Descoberta da Causa Raiz. Revista Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, n. 246/54, dezembro 2012.
ORIBE, Claudemir Y. O MASP e a ISO 9001. Revista Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, n. 247/55, janeiro 2013.
ORIBE, Claudemir Y. O MASP e a aprendizagem organizacional. Revista Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, n. 248/56, fevereiro 2013.
ORIBE, Claudemir Y. O ROI dos projetos de melhoria com MASP. Revista Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, n. 250/58, abril de 2013.
ORIBE, Claudemir Yoschihiro. Quem Resolve Problemas Aprende? A contribuição do método de análise e solução de problemas para a aprendizagem organizacional. Belo Horizonte, 2008. Dissertação (Mestre em Administração). Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
E ainda:
Como ensinar pessoas comuns a usar o MASP Junho/13 (?)
Quantos MASPs existem? Julho/13
Como ensinar pessoas comuns a usar o MASP – parte 2 Agosto/13
Porquê o MASP é mais eficaz do que a Ação Corretiva típica Setembro/13
Como resolver problemas de forma mais prática: o MASP experimental Outubro/13
Precisa de solução rápida? Use o MASP. Novembro/13
Análise e síntese: expansão e foco Dezembro/13
Problemas de natureza humana ou social? Use o MASP! Janeiro/13
Claudemir Oribe
claudemir@qualypro.com.br
Excelentes recomendações Mestre Oribe, já li boa parte do material. Confirmo a recomendação aos companheiros e amigos leitores!!!
ResponderExcluirMeu Deus isso aqui é ouro!
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