Olá amigos e leitores do Blog
Engenharia de Manutenção no Brasil! Hoje concluiremos o tema “As 7 Ferramentas
da Qualidade” com o detalhamento da última ferramenta, o Gráfico de Controle.
Peço desculpas pela demora na publicação, mas alguns probleminhas de saúde têm
atrapalhado bastante esta atividade. Espero que gostem da conclusão. Boa
Leitura!
07 – Gráfico de Controle:
O Gráfico de Controle é
normalmente utilizado para acompanhamento de uma variável de processo ao longo
de um determinado tempo e de seus limites estatísticos de variação, tendo como
principal objetivo, a identificação da chamada “normalidade de processo”, ou seja, variações dentro dos limites
esperados de produtividade ou rendimento.
Muito utilizado no controle de
qualidade de uma cadeia produtiva em série, onde são produzidos itens com
mesmas características, pesos, medidas, etc., por exemplo, nas indústrias
alimentícia e farmacêutica. Também é utilizado na área de serviços para medição
de atividades ou serviços padronizados, por exemplo, substituição de ferramenta
em linha produtiva (“SETUP”) ou
coleta de dados preditivos em um oscilador de lingotamento.
O estabelecimento dos Limites
Superior e Inferior de Controle (LSC e LIC) permite ao gestor uma identificação
ágil e objetiva para o auxílio em decisões que possam impactar o processo,
evidenciando e possibilitando o controle da variabilidade e do grau de não
conformidade do mesmo.
Para um melhor entendimento e
detalhamento desta ferramenta vamos trabalhar no exemplo a seguir.
Uma determinada empresa de
precisa identificar se o processo de atendimento da equipe de manutenção às
ordens abertas pela produção tem ocorrido dentro dos parâmetros especificados
pelos gestores. Para isso, realiza um estudo utilizando o Gráfico de Controle
para identificar os possíveis desvios em cada uma das quatro equipes de
atendimento.
Deseja-se conhecer o tempo que
as equipes levam para atender às solicitações de manutenção, desde a abertura
da nota até a liberação para execução da manutenção.
Passo 1 – Retirar amostra n
de atendimentos;
Passo 2 – Calcule a média Ẋ
do tempo de atendimento da primeira amostra por meio da fórmula:
Ẋ = X1 + X2 + X3 +
... Xn / n
Passo 3 – Calcule a Amplitude R,
que seria o maior tempo menos o menor tempo observado da primeira amostra;
Passo 4 – Retire outras
amostras até completar k amostras (valor normalmente entre
20 a 25 amostras com 4 a 6 observações)
No exemplo:
Seriam 4 Amostras com 6
observações de tempo:
Os valores de Média e
Amplitude de cada uma das amostras, em valores aproximados:
Passo 5 – Traçar o gráfico. No
eixo das abscissas coloque o número das amostras e no eixo das ordenadas, faça
a escala para as médias Ẋ;
Passo 6 – Calcule a Média das
Médias Ẍ (Ẍ = Ẋ 1 + Ẋ 2 + Ẋ 3 + ... Ẋ
n / k), no exemplo:
Ẍ = (21+26+22+24+22) / 5 = 23
Passo7 – Calcule os Limites de
Controle Superior e Inferior:
Limite de Controle Superior –
LCS = Ẍ + A2Ṙ
Limite de Controle Inferior –
LCI = Ẍ - A2Ṙ
Onde Ṙ é a média das
Amplitudes (Ṙ = R 1 + R 2 + R 3 + ... R n
/ k), logo Ṙ = (7+8+12+11+13) / 5 = 10, e o valor de A2 é tabelado:
No exemplo, como
foram 6 observações por amostra, então n=6:
Limite Superior de Controle –
LSC = 23 + (0,483)(10) = 27,8
Limite Inferior de Controle –
LIC = 23 - (0,483)(10) = 18,2
Nota-se então que o Processo analisado
está SOB CONTROLE, por estar dentro dos Limites Superior e Inferior de
Controle.
Para traçar o gráfico Ẋ - Ṙ,
siga o mesmo procedimento, mas agora a escala será para as Amplitudes R, a
linha central será a média das Amplitudes (Ṙ) e os limites serão os seguintes:
Limite de Controle Superior – LCS = D4Ṙ
Limite de Controle Inferior –
LCI = D3Ṙ
O resultado no exemplo será:
Uma importante utilização do
Gráfico de Controle é o chamado Gráfico de Controle np, para análise
do número de peças com defeito.
O procedimento é exatamente o
mesmo que os anteriores, mas alguns detalhes fazem toda a diferença.
Agora será analisada a Proporção Média de peças com defeito, e
não simplesmente a média. Para isso, ao invés de Ẋ, é preciso calcular o Ṗ:
Ṗ = d1 + d2
+ d3 + ... dn / nr, onde d=número de peças
defeituosas, n=tamanho da amostra e r=número de amostras
Os limites também serão
alterados para:
Limite de Controle Superior – LCS = nṖ + 3
√[nṖ(1-
Ṗ)]
Limite de Controle Inferior –
LCI = nṖ - 3 √[nṖ(1- Ṗ)]
Outra importante utilização é
o chamado Gráfico de Controle C, para análise do número de defeitos em
peças.
Neste gráfico tome n
peças, calcule o Número Médio de
defeito por peça, com a seguinte fórmula: Ċ = Total de defeitos nas n peças / n.
Em seguida calcule os limites
superior e inferior:
Limite de Controle Superior –
LCS = Ċ + 3 √Ċ
Limite de Controle Inferior –
LCI = Ċ - 3 √Ċ
Obs.: Para o caso em que LIC
for negativo, utilize LIC=0.
Existe uma diferença
importante entre os dados obtidos e calculados para obtenção dos diferentes Gráficos
de Controle e as Especificações determinadas para qualquer processo que se
deseja controlar. A princípio, as especificações são obtidas antes da análise,
por isso, é importante acrescentar também no gráfico desenvolvido as retas de
especificação com os respectivos limites inferior e superior, para saber se
apesar de SOB CONTROLE, o processo está dentro das especificações.
Concluímos assim o tema As 7
Ferramentas da Qualidade, espero que tenham gostado do material. Na próxima
semana publicaremos o link com o arquivo único compilado com todas as publicações
e a respectiva bibliografia.
Divulgue entre seus amigos,
colegas e companheiros de trabalho.
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Muito boa a série de posts Thiago. Bom trabalho!
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