Olá amigos e leitores do Blog Engenharia de Manutenção no Brasil! Hoje iremos falar de mais três das 7 Ferramentas da Qualidade, chegando assim em duas publicações a 4 ferramentas comentadas, restarão para a postagem de conclusão mais três ferramentas. Acompanhe!
03 – Diagrama de Causa e
Efeito:
O Diagrama de Causa e Efeito é
uma das mais importantes Ferramentas da Qualidade. Está principalmente ligada à
análise de falhas ou dispersão de resultados, seja em equipamentos, sistemas ou
processos. Sua principal função é indicar quais as causas que podem influenciar
um determinado efeito.
Conhecido como Diagrama de Ishikawa, nome de seu idealizador o engenheiro
químico Kaoru Ishikawa em 1943, ou ainda, Diagrama Espinha-de-peixe, devido a seu formato bem característico,
teve em seu início o estudo baseado em 4
Grandes Causas e no decorrer dos anos seria aperfeiçoado, chegando a uma
análise atual de 6 grandes Causas,
descrita em algumas literaturas como Análise
6M´s.
Os
chamados 6M´s seriam:
1 – Método (Methods);
2 – Máquinas (Machines);
3 – Materiais (Materials);
4 – Mão-de-obra (Manpower);
5 – Meio Ambiente (Mother
Nature);
6 – Medidas (Measure).
Vamos aos detalhamentos:
1
– Métodos: O primeiro “M” está relacionado aos Métodos
utilizados para a realização da atividade. Seriam os padrões, procedimentos,
instrução, etc., todo documento que norteia a ação do executor. Em alguns casos
não existe um “documento formal” para a realização de uma determinada
atividade, mas sim um “costume operacional” que passa pelas diferentes gerações
de colaboradores da empresa, que pode ser considerado como um método de
trabalho;
2
– Máquinas: Está relacionada a falhas em equipamentos,
máquinas que realizam a determinada atividade de produzir algo, mas que, por
motivos operacionais ou de manutenção, não cumprem parcial ou integralmente sua
função, comprometendo a qualidade ou colapsando todo o processo;
3
– Materiais: Quando existe a interferência dos materiais ou da
matéria-prima utilizada no processo. Normalmente está ligada aos fornecedores,
por isso, muito cuidado ao associar as possíveis causas a este “M”, em muitos
casos é preciso uma análise bem detalhada e aprofundada para esta determinação.
Por isso, caso chegue a esta conclusão, chame o seu fornecedor para uma
conversa e o inclua na análise da falha;
4
– Mão-de-obra: está relacionada diretamente à capacitação,
motivação ou até mesmo a pressão exercida sobre colaborador por resultados. O
primeiro quando não existe ou há falha no treinamento realizado para a execução
da tarefa, o segundo quando o colaborador se sente desestimulado na empresa e
deixa de realizar a tarefa ou a realiza com a chamada “má vontade”, e o
terceiro quando o mesmo descumpre um padrão ou procedimento para tentar
agilizar o processo, pulando etapas que aparentemente na sua percepção seriam
desnecessárias, ou até mesmo quando se propõe a realizar uma atividade que não
seria de sua responsabilidade;
5
– Meio Ambiente: Este “M” está relacionado a duas condições básicas
para a execução de qualquer tarefa, o Meio Ambiente em si, que seria a situação
climática do ambiente (calor, umidade, particulados em suspensão, etc.), o e
Ambiente de trabalho, a chamada Ergonomia (dimensionamento das áreas e postos
de trabalho, posicionamento dos equipamentos, etc.);
6
– Medida: Quando a causa está relacionada aos instrumentos
de medição das condições operacionais “Padrão”, a credibilidade de suas
informações, calibração, a confiabilidade e a fidelidade da variação dos
indicadores, ao acompanhamento dos mesmos, a periodicidade e a repetibilidade
dos resultados, etc.
É possível que você encontre
em sites e algumas literaturas que consideram mais um “M” nessa conta,
transformando assim o a Análise “6M´s” para “7M´s”, seria o “Management”
ou “Manejo Administrativo”, só para manter o “M”, causas que estariam
diretamente ligadas à Gestão, decisões equivocadas ou baseadas em necessidades
empresariais realizadas pelos líderes e gestores, como redução de custo,
pessoal, investimento, etc.
Uma observação importante desta
ferramenta de análise é que, por mais que existam 6 ou 7 ramificações de causa,
nem sempre serão necessárias a sua utilização por completo. É possível que se
encontre a causa raiz sem que haja motivos relacionados a algum, ou alguns, dos
“M´s”. A abrangência da análise permite que os participantes não se prendam a
apenas sua área de domínio, permitindo a exploração e extrapolação de ideias
para o surgimento da verdadeira Causa Raiz.
A análise deve ser realizada
com pessoas qualificadas, conhecedoras do processo, utilizando a técnica do Bainstorm,
ou tempestade de ideias, para que o máximo de informações possa ser reunida e utilizada
no diagrama. Apesar disso, não podemos considerar essa situação como regra, em
alguns casos a participação de agentes externos pode contribuir com a análise,
justamente pelo fato de não estarem inseridos no processo, permitindo a
introdução de ideias novas, que fogem a rotina cotidiana do setor.
Pra
montar o Diagrama de Ishikawa é muito simples, você precisará definir
claramente qual o problema será estudado e posicioná-lo na “cabeça do peixe”. Em
seguida, agrupar as informações e classificá-las, definindo a qual Causa está
ligada. É importante também que se estratifiquem as Causas Primárias e as
Secundárias, para melhor organização das informações e aprofundamento do
estudo. A partir daí é só montar um plano de ação para a solução do problema.
Algumas
dicas para finalizar:
-
Procure primeiramente montar um time heterogêneo para realizar a análise o mais
abrangente possível;
- Não
desconsidere nenhuma ideia apresentada, realize a estratificação até que ela se
apresente como inviável para a situação;
-
No Brainstorm, faça perguntas objetivas, utilizando sempre as Grandes Causas
como princípio;
-
Procure chegar a um consenso da equipe, tano para a organização e classificação,
quanto para a conclusão;
- A
determinação da Causa Raiz deve ser objetiva e estar claro para todos os
participantes.
-
Você pode partir para uma segunda etapa da análise após esta definição primária.
Para os casos em que são necessários estudos mais detalhados, reúna um grupo de
especialistas e repita a análise, mas agora com foco na especialidade abordada.
04 – Estratificação:
A Estratificação seria uma forma de agrupar dados com
objetivos comuns, dividindo-os em subgrupos, baseado nas características que as
diferenciam individualmente, os chamados “Fatores de Estratificação”. A
principal oportunidade que uma análise por estratificação apresenta é a separação
dos dados de maneira simples e objetiva (Estratos), permitindo uma análise
mais focada, onde as principais causas de variabilidade são os possíveis
fatores de estratificação.
O
principal objetivo da estratificação seria encontrar padrões que ajudem a
entender os modos causais e as variações dos processos estudados, permitindo
uma melhor compreensão do problema, indicando oportunidade de melhoria e
controle nos processos.
As estratificações mais comuns são:
-
Por Tempo: Resultados relacionados aos problemas seriam diferentes nos períodos
do dia (hora, dia da semana, mês, turnos, etc.);
-
Por Indivíduos: Resultados diferentes dependendo das equipes ou do colaborador;
-
Por Tipo: Resultados relacionados à matéria-prima ou produto utilizado;
- Por
Local: Resultados diferentes nas diversas linhas produtivas ou equipamentos
semelhantes, áreas ou posição;
-
Por Sintoma: Resultados relacionados à defeitos, falhas, anomalias, ocorrências
em geral;
-
Outros fatores: Resultados relacionados a método, processo, ferramentas,
instrumentos de medição, etc.
Se ainda
não ficou totalmente entendido não se preocupe, acredito que um exemplo seja
melhor apara explicar.
Pense
na seguinte situação: Uma determinada empresa funciona em turnos contínuos de
revezamento e têm três equipes trabalhando desta maneira, os grupos A, B e C,
que são compostos igualmente por colaboradores das especialidades Mecânica, Elétrica
e Hidráulica.
O
Gerente de Manutenção notou que nos últimos 6 meses o indicador de Tempo Médio
Para Reparo (TMPR) em minutos aumentou consideravelmente, então resolveu
estratificar do período primeiramente pela divisão de Grupos existentes no
setor.
Dessa
maneira, percebeu que a distribuição do TMPR não era homogênea e que algo de
diferente acontecia nas intervenções que o Grupo A realizava.
Decidiu
então estratificar mais uma vez, mas agora utilizando somente os dados do Grupo
A, separados por especialidade.
Ficou
claro para o gestor que existia algum tipo de defasagem na equipe mecânica do
grupo A, e que poderia estar relacionada à capacitação da equipe. Ele então resolveu
cruzar os dados de horas de capacitação nos últimos 3 anos comparativamente, desta
equipe com as demais.
Foi
então que, com mais esta estratificação, ele pôde perceber que no decorrer dos últimos
três anos que o tempo dedicado pela equipe Mecânica do Grupo A foi muito
inferior aos outros dois grupos e que isso poderia estar interferindo na
agilidade ou na tomada de decisão dos técnicos do determinado grupo, influenciando
diretamente o TMPR. Decidiu então focar os esforços de capacitação nesta
equipe.
E
agora? Ficou mais fácil entender?
Claro
que esta abordagem foi apenas um exemplo bem simples das possibilidades que
esta ferramenta nos permite, mas ficou evidente que a Estratificação permitiu
isolar o problema e focar no que realmente estava influenciando os resultados, simplificando
uma possível decisão ou direcionamento gerencial.
Espero que tenham gostado da
nossa segunda postagem sobre As 7 Ferramentas da Qualidade. Continue conosco e
acompanhe a conclusão do assunto nas próximas postagens.
Divulgue entre seus amigos,
colegas e companheiros de trabalho.
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Compartilhe as informações de nosso Blog. Até a próxima postagem!
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