terça-feira, 13 de agosto de 2013

Indicadores de Manutenção de Classe Mundial - Parte 2

Na postagem de hoje, daremos continuidade finalizando a explanação sobre os chamados “Indicadores de Classe Mundial”. Concluiremos os que se referem a análise da gestão de equipamentos e iremos citar os dois diretamente ligados à gestão de custos.



Disponibilidade de Equipamentos (DISP)
Conforme a Norma NBR 5462/1994 a definição de Disponibilidade seria:

“Capacidade de um item estar em condições de executar uma certa função em um dado instante ou durante um intervalo de tempo determinado, levando-se em conta os aspectos combinados de sua confiabilidade, mantenabilidade e suporte de manutenção, supondo que os recursos externos requeridos estejam assegurados”.

 Matematicamente poderíamos dizer que disponibilidade seria a relação entre a diferença do número de horas do período considerado (horas calendário - HCAL) com o número de horas de intervenção pelo pessoal manutenção (manutenção preventiva por tempo ou por estado, manutenção corretiva e outros serviços - HTMN) para cada item observado e o número total de horas do período considerado (também definido como HCAL).


 A disponibilidade de um item representa o percentual do tempo em que ficou a disposição do órgão de operação para desempenhar sua atividade.
O índice de Disponibilidade também é identificado como “Performance ou Desempenho de Equipamentos” e, para itens de operação eventual, pode ser calculado como a relação entre o tempo total de operação de cada um (HROP) e a soma deste tempo com o respectivo tempo total de manutenção no período considerado (HTMN).

  
Esse índice também pode ser calculado como a diferença entre a unidade e a relação entre as horas de manutenção e a soma dessas horas com as de operação dos equipamentos.

Outra expressão muito comum para representação da Disponibilidade de equipamentos, ou ainda Confiabilidade  dependendo da abordagem, submetidos exclusivamente a reparo de falha é obtida pela relação entre o Tempo Médio Entre Falha (TMEF) e sua soma com o Tempo Médio Para Reparo (TMPR) e os Tempos Ineficientes da Manutenção (tempos de preparação para desligamento e religamento e tempos de espera).

    

Observa-se que esta é a expressão mais simples uma vez que é obtida a partir da relação entre dois outros índices normalmente já calculados.
O índice de Disponibilidade (ou Performance) é de grande importância para a gestão de manutenção pois, a través dele, pode ser feita uma análise seletiva dos equipamentos cujo comportamento operacional está aquém de padrões aceitáveis.


Confiabilidade de Equipamentos (CONF)

Conforme a Norma NBR 5462/1994 a definição de Confiabilidade seria:

“Capacidade de um item desempenhar uma função requerida sob condições especificadas, durante um dado intervalo de tempo”.

Na prática diferença entre a Confiabilidade e Disponibilidade seria apenas a abordagem quanto ao número de horas de intervenção pelo pessoal de manutenção. Enquanto Disponibilidade considera o tempo de TODAS as intervenções de manutenção independente de sua origem (preventiva, preditiva, corretiva, etc. – HTMN), a Confiabilidade considera apenas o tempo total de MANUTENÇÂO CORRETIVA (HTMC), alterando então as fórmulas para:


E também:



Definidos os quatro índices “classe mundial” para gestão de equipamentos, apresentamos os dois restantes aplicados na gestão de custos.


Custo de Manutenção por Faturamento (CMFT)
Relação entre o custo total de manutenção e o faturamento da empresa no período considerado.


Este índice é de fácil cálculo uma vez que os valores, tanto do numerador quanto do denominador, são normalmente processados pelo órgão de contabilidade da empresa.


Custo de Manutenção pelo Valor de Reposição (CMRP)
Relação entre o custo total acumulado na manutenção de um determinado equipamento e o valor de compra desse equipamento novo (valor de reposição). 


Este índice deve ser calculado para itens mais importantes da empresa (que afetam o faturamento, a qualidade dos produtos ou serviços, a segurança ou o meio ambiente), uma vez que, como indicado, é personalizado para o item e se utiliza de valores acumulados, o que torna seu processamento mais demorado que os demais, não justificando desta forma ser utilizado para itens secundários.
Seu resultado deve ser acompanhado por um gráfico de linha ou de superfície com a indicação de sua variação em, pelo menos, nos doze últimos meses.


Embora o custo total de manutenção devesse ser composto por cinco parcelas (pessoal, material, terceiros, depreciação e perda/redução no faturamento), cada uma com 3 subdivisões (custos diretos, custos indiretos e custos administrativos ou de rateio de custos de outras áreas), dificilmente é feita essa composição limitando-se as empresas na consideração de duas ou três parcelas (pessoal, material e, eventualmente terceiros) e assim mesmo considerando apenas uma ou duas de suas subdivisões (custos diretos e, eventualmente, custos indiretos).
Outro fator que torna os índices de custo imprecisos é a utilização de valores históricos sem correção monetária (valores contábeis) que é mais susceptível ao erro no caso de haver inflação da moeda. Mesmo quando a empresa se utiliza de valor referencial de moeda (índices ou dólar ou mix de moedas), a imprecisão aparece devido a variedade dos índices de correção ou a não consideração da desvalorização do dólar ou de outras unidades monetárias adotada.
Essa imprecisão não é sensível no acompanhamento dos índices na própria empresa, uma vez que estará cometendo o mesmo erro ao longo do tempo, porém pode levar a grandes erros de interpretação quando esses índices são comparados com outras empresas (pior no caso de comparação com empresas de outros países).

- Parte do texto extraído da obra: Administração Moderna da Manutenção, do Mestre Lourival Tavares.

Desta maneira concluímos o assunto "Indicadores de Manutenção de Classe Mundial".
Na próxima semana estará disponível para download a versão compilada das publicações contendo toda a bibliografia utilizada.


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