Na postagem de hoje,
daremos continuidade finalizando a explanação sobre os chamados “Indicadores de Classe Mundial”. Concluiremos
os que se referem a análise da gestão de equipamentos e iremos citar os dois
diretamente ligados à gestão de custos.
Disponibilidade de Equipamentos (DISP)
Conforme a
Norma NBR 5462/1994 a definição de Disponibilidade seria:
“Capacidade de um item estar em condições de
executar uma certa função em um dado instante ou durante um intervalo de tempo
determinado, levando-se em conta os aspectos combinados de sua confiabilidade,
mantenabilidade e suporte de manutenção, supondo que os recursos externos requeridos
estejam assegurados”.
Matematicamente poderíamos dizer que
disponibilidade seria a relação entre a diferença do número de horas do período
considerado (horas calendário - HCAL) com o número de horas de intervenção pelo
pessoal manutenção (manutenção preventiva por tempo ou por estado, manutenção
corretiva e outros serviços - HTMN) para cada item observado e o número total
de horas do período considerado (também definido como HCAL).
A
disponibilidade de um item representa o percentual do tempo em que ficou a
disposição do órgão de operação para desempenhar sua atividade.
O índice de
Disponibilidade também é identificado como “Performance
ou Desempenho de Equipamentos” e, para itens de operação eventual, pode ser
calculado como a relação entre o tempo total de operação de cada um (HROP) e a soma
deste tempo com o respectivo tempo total de manutenção no período considerado
(HTMN).
Esse índice
também pode ser calculado como a diferença entre a unidade e a relação entre as
horas de manutenção e a soma dessas horas com as de operação dos equipamentos.
Outra expressão
muito comum para representação da Disponibilidade de equipamentos, ou ainda Confiabilidade
dependendo da abordagem, submetidos
exclusivamente a reparo de falha é obtida pela relação entre o Tempo Médio
Entre Falha (TMEF) e sua soma com o Tempo Médio Para Reparo (TMPR) e os Tempos
Ineficientes da Manutenção (tempos de preparação para desligamento e
religamento e tempos de espera).
Observa-se
que esta é a expressão mais simples uma vez que é obtida a partir da relação
entre dois outros índices normalmente já calculados.
O índice de
Disponibilidade (ou Performance) é de grande importância para a gestão de
manutenção pois, a través dele, pode ser feita uma análise seletiva dos
equipamentos cujo comportamento operacional está aquém de padrões aceitáveis.
Confiabilidade de Equipamentos (CONF)
Conforme a
Norma NBR 5462/1994 a definição de Confiabilidade seria:
“Capacidade de um item desempenhar uma
função requerida sob condições especificadas, durante um dado intervalo de
tempo”.
Na prática diferença
entre a Confiabilidade e Disponibilidade seria apenas a abordagem quanto ao
número de horas de intervenção pelo pessoal de manutenção. Enquanto
Disponibilidade considera o tempo de TODAS as intervenções de manutenção
independente de sua origem (preventiva, preditiva, corretiva, etc. – HTMN), a
Confiabilidade considera apenas o tempo total de MANUTENÇÂO CORRETIVA (HTMC),
alterando então as fórmulas para:
E também:
Definidos os
quatro índices “classe mundial” para gestão de equipamentos, apresentamos os
dois restantes aplicados na gestão de custos.
Custo de Manutenção por Faturamento (CMFT)
Relação entre
o custo total de manutenção e o faturamento da empresa no período considerado.
Este índice é
de fácil cálculo uma vez que os valores, tanto do numerador quanto do
denominador, são normalmente processados pelo órgão de contabilidade da empresa.
Custo de Manutenção pelo Valor de Reposição
(CMRP)
Relação entre
o custo total acumulado na manutenção de um determinado equipamento e o valor
de compra desse equipamento novo (valor de reposição).
Este índice
deve ser calculado para itens mais importantes da empresa (que afetam o
faturamento, a qualidade dos produtos ou serviços, a segurança ou o meio ambiente),
uma vez que, como indicado, é personalizado para o item e se utiliza de valores
acumulados, o que torna seu processamento mais demorado que os demais, não
justificando desta forma ser utilizado para itens secundários.
Seu resultado
deve ser acompanhado por um gráfico de linha ou de superfície com a indicação
de sua variação em, pelo menos, nos doze últimos meses.
Embora o
custo total de manutenção devesse ser composto por cinco parcelas (pessoal,
material, terceiros, depreciação e perda/redução no faturamento), cada uma com
3 subdivisões (custos diretos, custos indiretos e custos administrativos ou de
rateio de custos de outras áreas), dificilmente é feita essa composição
limitando-se as empresas na consideração de duas ou três parcelas (pessoal,
material e, eventualmente terceiros) e assim mesmo considerando apenas uma ou
duas de suas subdivisões (custos diretos e, eventualmente, custos indiretos).
Outro fator
que torna os índices de custo imprecisos é a utilização de valores históricos
sem correção monetária (valores contábeis) que é mais susceptível ao erro no
caso de haver inflação da moeda. Mesmo quando a empresa se utiliza de valor
referencial de moeda (índices ou dólar ou mix de moedas), a imprecisão aparece
devido a variedade dos índices de correção ou a não consideração da
desvalorização do dólar ou de outras unidades monetárias adotada.
Essa
imprecisão não é sensível no acompanhamento dos índices na própria empresa, uma
vez que estará cometendo o mesmo erro ao longo do tempo, porém pode levar a
grandes erros de interpretação quando esses índices são comparados com outras
empresas (pior no caso de comparação com empresas de outros países).
- Parte do texto
extraído da obra: Administração Moderna
da Manutenção, do Mestre Lourival Tavares.
Desta maneira
concluímos o assunto "Indicadores de Manutenção de Classe Mundial".
Na próxima
semana estará disponível para download a versão compilada das publicações
contendo toda a bibliografia utilizada.
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